Sofre cansaços da vida, dissabores domésticos, deserção de amigos, falta de alguém?...
Por isso acordaste sem paciência, tentando esquecer.
Procuraste espetáculos públicos que te não distraíram e usaste comprimidos repouzantes que não te anestesiaram o coração.
Entretanto, para teu reconforto, pelo menos uma vez por semana, sai de ti mesmo e busca na caridade a escola da benção.
Em cada compartimento aprenderás diversas lições ao contato daqueles que lêem na cartilha das dores que desconheces.
Surpreenderás o filme real da angústia do martírio silencioso dos que jazem num catre de espinhos, sem se queixarem, e a emocionante novela das mães sozinhas que ofertam, gemendo, aos filhos nascituros a concha do próprio seio como prato de lágrimas.
Fitarás homens tristes, suando penosamente por singela fatia de pão, como atletas perfeitos do sofrimento, e os que disputam valorosamente com os animais um lugar de repouso ao pé de ruínas em abandono.
Observarás, ainda mais:
*Os paralíticos que sonham com a alegria de se arrastarem,
*os que se vestem de chagas esfogueantes, suplicanto um momento de alívio,
*os que choram mutilações trazidas do berço e
*os que vacilam, desorientados, na noite total de loucura...
Ver-te-ás, então, consolado, estendendo consolo, e, ajustado a ti mesmo, volverás ao conforto da própria casa, murmurando, feliz:
- Obrigado, meu Deus!
(Chico Xavier / Meimei)
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