Muitos se reportam ao Divino Salvador, como se o Mestre fosse apenas um doador de aposentadoria espiritual.
Entretanto, o conceito de salvação é, na realidade, muito diverso daquele
que vulgarmente se lhe atribui.
Um navio é arrebatado à tormenta para servir àqueles que o tripulam.
Uma árvore consegue exonerar-se da praga que lhe corrói as raízes,
a fim de produzir com eficiência e segurança.
Uma casa se sobrepõe à intempérie, de modo a atender
aos que lhe ocupam as dependências.
Um enfermo é arrancado aos braços da morte,
para recuperar a saúde e reassumir o seu posto de trabalhador respeitado e digno,
no setor de luta em que foi chamado a viver.
Jesus não veio salvar as criaturas para situá-las num paraíso de ociosidade incompreensível.
O Excelso Semeador prescinde de flores simplesmente ornamentais
que serviriam apenas como exaltação de parasitismo,
injustificável em sua lavoura de redenção.
O Mestre veio até nós para transformar-nos em obreiros de seu Reino.
Veio salvar-nos da inutilidade que nos é própria, a fim de soerguer-nos à condição de cooperadores diligentes em sua construção de amor e concórdia.
Ninguém pretenda, desse modo, escalar o Céu sem a cruz da Terra
ou senhorear a paz sem extinguir a guerra inferior das paixões escuras
a se entrechocarem, violentas,
no mundo se si mesmo.
À nossa frente, brilham as oportunidades de serviço no campo imenso da vida.
Somos convocados ao bem nos mínimos ângulo da caminhada.
Se quisermos, pois, a posição de tutelados do Cristo,
busquemos servi-Lo na pessoa do próximo, na convicção de que
somente assim formaremos ao Seu lado na vanguarda sublime da luz.
(Francisco Cândido Xavier/Emmanuel)
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