terça-feira, 9 de agosto de 2011

CÉU E INFERNO ÍNTIMOS...

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Conta-se que um dia um samurai, grande e forte, conhecido pela sua índole violenta, foi procurar um sábio monge em busca de respostas para suas dúvidas.
- Monge, disse o samurai com desejo sincero de aprender,

ensina-me sobre o céu e o inferno.


O monge, de pequena estatura e muito franzino, olhou para o bravo guerreiro e, simulando desprezo, lhe disse:


- Eu não poderia ensinar-lhe coisa alguma, você está imundo.


Seu mau cheiro é insuportável.

- Ademais, a lâmina da sua espada está enferrujada.


Você é uma vergonha para a sua classe.

O samurai ficou enfurecido.


O sangue lhe subiu ao rosto e ele não conseguiu dizer nenhuma palavra, tamanha era sua raiva.

Empunhou a espada, ergueu-a sobre a cabeça e se preparou

para decapitar o monge.


- "Aí começa o inferno", disse-lhe o sábio mansamente.


O samurai ficou imóvel.


A sabedoria daquele pequeno homem o impressionara.

Afinal, arriscou a própria vida para lhe ensinar sobre o inferno.


O bravo guerreiro abaixou lentamente a espada e agradeceu ao monge pelo valioso ensinamento.


O velho sábio continuou em silêncio.

Passado algum tempo o samurai, já com a intimidade pacificada, pediu humildemente ao monge que lhe perdoasse o gesto infeliz.


Percebendo que seu pedido era sincero, o monge lhe falou:

- "Aí começa o céu".


Para nós, resta a importante lição sobre o céu e o inferno

que podemos construir na própria intimidade.


Tanto o céu quanto o inferno, são estados de alma que nós próprios elegemos no nosso dia a dia.

A cada instante somos convidados a tomar decisões que definirão o início do céu ou o começo do inferno.


É como se todos fôssemos portadores de uma caixa invisível, onde houvesse ferramentas e materiais de primeiros socorros.


Diante de uma situação inesperada, podemos abri-la e lançar mão de qualquer objeto do seu interior.


Assim, quando alguém nos ofende, podemos erguer o martelo da ira

ou usar o bálsamo da tolerância.


Visitados pela calúnia, podemos usar o machado do revide

ou a gaze da autoconfiança.

Quando injúria bater em nossa porta, podemos usar o aguilhão da vingança ou o óleo do perdão.

Diante da enfermidade inesperada, podemos lançar mão do ácido dissolvente da revolta ou empunhar o escudo da confiança.


Ante a partida de um ente caro, nos braços da morte inevitável, podemos optar pelo punhal do desespero ou pela chave da resignação.


Enfim, surpreendidos pelas mais diversas e infelizes situações, poderemos sempre optar por abrir abismos de incompreensão ou estender a ponte do diálogo que nos possibilite uma solução feliz.


A decisão depende sempre de nós mesmos.


Somente da nossa vontade dependerá o nosso estado íntimo.

Portanto, criar céus ou infernos portas à dentro da nossa alma,

é algo que ninguém poderá fazer por nós.
Pense nisso!


Sua vontade é soberana.


Sua intimidade é um santuário do qual só você possui a chave.


Preservá-la das investidas das sombras e abri-la para que o sol

possa iluminá-la só depende de você.


Pense nisso!


(Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em conto popular)

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