quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

SER E PARECER ...



A essência, o ser em si mesmo, constitui a individualidade, que
avança mediante o processo reencarnatório, adquirindo
experiências e desenvolvendo as aptidões que lhes jazem inatas,
heranças que são da sua origem divina.

A expressão temporária, adquirida em cada existência corporal, com
as suas imposições e necessidades, torna-se a personalidade de que se
reveste o espírito, a fim de atingir a destinação que o aguarda.

A primeira tem o sabor da eternidade, enquanto a outra é transitória.

No âmago do ser encontra-se a vida pulsante, imorredoura, embora, na
superfície, a aparência, o revestimento, quase sempre difere da estrutura que
envolve.

A individualidade resulta da soma das conquistas, através do êxito como do
insucesso, logrados ao largo das lutas que lhe são impostas.

A personalidade varia conforme a ocasião e as circunstâncias, os
interesses e as ambições.

Esta passa, enquanto aquela permanece.

Máscara, forma de aparecer, a personalidade se adquire sem
transformação substancial, profunda, ocultando, na maioria das vezes, o que
se é, o que se pensa, o que se aspira.

Legítima, a individualidade se aprimora, qual diamante que fulge ao atrito
abençoado do cinzel.

A personalidade extravasa, formaliza, apresenta.

A individualidade aprimora, realiza, afirma.

À medida que o ser evolui, mergulha no mundo íntimo, introspectivamente,
desenvolvendo os valores que dormem em embrião e se agigantam.

O exterior desgasta-se e desaparece.

O interior esplende e agiganta-se.

A semente que morre semente, não viveu, não realizou a missão que lhe estava
reservada: multiplicar e produzir vida.

A gema, sem lapidação, jamais fulgura.

Faze a tua indagação à vida, em torno da tua destinação.

Quem és hoje e o que pretendes alcançar?

Cansado da aparência, realiza-te intimamente e desata as aptidões
superiores que aguardam oportunidade e cresce para as finalidades elevadas da
Vida.

Tenta ser, por fora, conforme evoluis por dentro, sendo a pessoa gentil, mas
nobre, fulgurante e abnegado, afável todavia leal.

Tua aparência, seja também tua realidade, esforçando-te, cada vez mais, para
conseguir a harmonia entre a individualidade e a personalidade,
refletindo os ideais de beleza e amor que te vitalizam.

[Joanna de Ângelis/[Divaldo Franco]

Nenhum comentário: