quarta-feira, 29 de junho de 2011

AFINIDADE...


A Afinidade é um dos poucos sentimentos que resistem ao tempo e ao depois.


A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado

e penetrante dos sentimentos.


É o mais independente também.

Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias,

as impossibilidades.


Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi.


Ter afinidade é muito raro.

Mas, quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.


Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas.


Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos
que impressionam, comovem ou mobilizam.


É ficar conversando sem trocar palavras.

É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.

Afinidade é:


sentir com,
Não é sentir contra,
Nem sentir para,
Nem sentir por,
Nem sentir pelo.

Quanta gente ama loucamente,
mas sente contra o ser amado.


Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.


Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.

É olhar e perceber.

É mais calar do que falar,ou, quando é falar, jamais explicar:

apenas afirmar...


Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.

É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas

quanto das impossibilidades.


Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar

o tempo de separação.


Porque tempo e separação nunca existiram.


Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida.


para que a maturação comum pudesse se dar.

E para que cada pessoa pudesse e possa ser,cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado

(Artur da Távola)

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